Inflação oficial sobe para 1,62% em março

A gasolina foi o item de maior impacto no IPCA de março (6,95%)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,62% em março, maior taxa para o mês desde março de 1994, antes da implantação do Plano Real, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

O maior peso para o índice voltou a ser combustíveis, que tiveram alta de 6,70% –após um recuo de 0,47% no mês anterior– depois de novo reajuste de preços da Petrobras no mês passado em meio à alta do petróleo no mercado internacional por causa do choque de oferta gerado pela guerra na Ucrânia.

No acumulado de 12 meses até março, o IPCA teve alta de 11,30%, contra alta de 10,54% do mês anterior. A leitura está bem acima da meta de inflação para o ano, de 3,5%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Os dados de março vieram acima das expectativa de analistas, que previam alta de 1,30%, acumulando em 12 meses alta de 10,98%.

A prévia do IPCA já havia surpreendido o mercado, com a maior alta em sete anos. O dado fechado do mês traz agora novas pistas sobre a possibilidade de o Banco Central manter estratégia já sinalizada de encerrar seu ciclo de aperto monetário em maio, com uma alta de 1 ponto percentual da Selic, que chegaria assim a 12,75%.

Na quinta-feira, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmou que a calibragem da política monetária dependerá da extensão dos choques e ressaltou que a inflação está descolando muito da meta e se disseminando.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em março, liderados por Transportes, com alta de 3,02%. O grupo Alimentação e bebidas teve a segunda maior alta do mês, de 2,42%. O único grupo que apresentou variação negativa nos preços foi Comunicação, com -0,05%.

Inflação por categoria:

março fevereiro

– Alimentação e bebidas 2,42 1,28

– Habitação 1,15 0,54

– Artigos de residências 0,57 1,76

– Vestuário 1,82 0,88

– Transportes 3,02 0,46

– Saúde e cuidados pessoais 0,88 0,47

– Despesas pessoas 0,59 0,64

– Educação 0,15 5,61

– Comunicação -0,05 0,29

– IPCA 1,62 1,01

Fonte: Época Negócios